Dia 26, caminhava pela praia com minha mãe quando tivemos a oportunidade de ver uma tartaruga marinha encalhada. O animal era grande, tinha um saco plástico preto em sua cabeça e estava visivelmente morto. Respeitando a pesquisa nacional e também conhecendo a postura passiva da população local, pegamos a referência do local e assim que retornamos ligamos para o projeto Tamar, em Fernando de Noronha. Esse é o projeto de proteção das TArtarugas MARinhas.
Sentimo-nos com o dever cumprido. Agora era só esperar. No dia seguinte, a tartaruga ainda estava lá. No próximo dia já não estaria, alguém deveria tê-la removido.
Dois dias depois de nossa ligação, alguém do projeto liga dizendo que o responsável pela identificação dos animais estava de cama e pediu mais informações sobre a localização da tartaruga. O animal já não estava mais no local, possivelmente o mar levou ou então a prefeitura jogou em algum aterro sanitário. Ficamos sabendo que um animal daquele tamanho deveria ter pelo menos uns 60 anos. Sua identificação estava debaixo da nadadeira direita.
É triste que tal animal tenha se perdido só por conta de um relaxamento por parte do projeto, houve festas é verdade, mas ainda assim... Foram 60 anos de uma história (parte dela acompanhada por pesquisadores) que se perdeu por conta da falta de destreza do projeto.
No fim, o pesquisador agradeceu o respeito pela pesquisa e pediu que avisássemos sempre que algo assim acontecesse. Daqui a 60 anos quem sabe.
